domingo, 30 de maio de 2010

Minhas mulheres!

Resumindo as impressões sobre as mulheres que vieram fazer período de experiência aqui em casa. Cada uma veio duas vezes (numa semana).

Gagne Siri – irmã do Moussa (porteiro aqui do prédio, muito inteligente, muito simpático e esperto). Na verdade, não sei o nome dela, pois ela nem escreve, nem fala francês. Então, fui obrigada a falar em wolof! Como? Não sei, mas nós quase conseguimos. Ficamos mortas no fim do dia, de tanto tentar a comunicação. Ela chegou a dormir em cima da mesa, na qual eu estudava, esperando seu irmão. Eu pegava dicionários de wolof, livros de conversação. Mas não adiantava muito. Aprendi mais ouvindo ela falando. Me dizia algo como: gai, rol! (queria dizer, venha cá ver). Eu dizia: Mangui dem (eu vou), bax (‘bar’, com o erre aspirado) na (está bom) ou bax nul (não está bom). Também aprendi a dizer: Dama bëgg raaras (quero lavar a louça). Foi suado, mas até que deu. Ela era muito bonita, apesar de muito magra, amável, fofinha e simpática. Rimos muito juntas, almoçamos uma comida que fiz e ela gostou muito. Ela só não soube passar e também não tinha muito capricho (acho que isso é generalizado aqui). Do tipo: foi limpar a mesa e jogou no chão um grampo. E ali ficaria se eu não juntasse. Hehe!


Fatou – é filha do bombeiro do prédio. Ela não falava francês, mas essa nem em wolof se comunicava. Mas ela parecia entender o que eu dizia em francês. Às vezes dava vontade de falar em português que poderia dar na mesma, já que pelo menos os gestos a gente se entendia. Os gestos da Siri, eu não entendia nada. Hahaha!! Mas eu também não estava muito afim de papo, nem de aproximação com a Fatou. Só aceitei fazer experiência com ela porque tinha prometido ao seu pai e para ficar com a consciência tranquila que testei e tive alguma impressão. Ela era devagar, caminhava arrastando os pés e trocava tudo de lugar. Haha! Lembrei da saudosa Elisângela...Ela perguntou se podia usar o sabão de coco para tomar banho e eu dei o sabonete que a outra usou. Mas... agora não poderei passar para mais nenhuma faxineira o mesmo sabonete, pois ela o levou!! Hehe! Espero que tenha sido só isso. (A foto ilustra seu modo de limpar, sempre deixando a pazinha suja pelos cantos da casa. Ela não jogava no lixo.)

Constância – chamamos ela de novo para cozinha e ir às compras. Nós também fazemos compras, mas ela vai às trincheiras e compra beeeem mais barato. Fez de novo feijoada, arroz, salada e agora fez um peixinho ensopado delicioso com batata. O peixe já acabou, o resto está dividido entre geladeira e freezer. Só que as carnes da feijoada estão ficando de lado, pois são muito gordurosas. Combinamos preços e possibilidade dela usar óculos...até porque o feijão que ela fez na outra semana descobri que estava todo bichado!!! Todos esses pontos pretos são bichinhos que sairam de uma peneirada no feijão.

Nabou – conhecemos num evento festivo sobre a Espanha. Ela estava superelegante e bem-educada. Foi muito bem indicada pelas brasileiras que compartilhavam uma mesa redonda bem grande, ao redor da piscina do Hotel Teranga. A Nabou fala bem o wolof (apesar de ser da etnia Dioula, da Casamance), francês e inglês. Muito sorridente, simpática e vestida com um pretinho básico e brilhante, ela sentou ao meu lado e conversamos bastante entre as garfadas de paella. Nessa semana ela virá fazer seu period d’essai chez nous.

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